A Orquestra de Violoncelistas da Amazônia mostrou que há espaço para todos os gêneros musicais na efervescência cultural do Pará
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Com um visual futurista que já se tornou a sua marca registrada, a Gang do Eletro colocou a plateia para dançar ao som contagiante do tecnobrega
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Cyz Zamorano, produtora musical do Terruá Pará, comemorou o sucesso do show e já começa a pensar na edição do ano que vem
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O relógio ainda não marcava 20h e o hall do auditório do Ibirapuera,
em São Paulo, já estava lotado de expectadores ansiosos para conferir
as atrações do Terruá Pará. O show marcou a segunda noite reservada à
música paraense em terras paulistanas e repetiu o sucesso de público e
crítica alcançado no dia da estreia. Quando o espetáculo começou, a
capacidade máxima do auditório já estava completamente preenchida. A
plateia deu um show à parte, emocionando os artistas que estavam no
palco.
“Foi uma noite emocionante. Participei de
todas as edições do Terruá e sempre me surpreendo com a receptividade do
público aqui em São Paulo. Não é nem preciso dizer que estou muito
feliz de participar desse projeto, que foi e continua sendo muito
importante pra todos nós, artistas paraenses”, contou Dona Onete, eleita
a rainha do chamegado.
Para o cantor Almirzinho
Gabriel, o show deste sábado foi mais tranquilo para os artistas.
Passada a tensão típica de noite de estreia, todos estavam mais soltos
no palco . “O segundo dia é sempre mais relax. Mesmo com tanto ensaio, a
gente sempre fica tenso no primeiro dia de show, e olha que só aqui em
Sampa foram cinco dias de ensaio direto, sem contar os que fizemos para
os shows em Belém”.
O Terruá Pará, além de ser uma
vitrine para os artistas regionais é também a oportunidade de integrar
os trabalhos de diversos músicos. "O tempo que o elenco passa junto para
montagem do espetáculo auxilia na formação de novas parcerias", defende
Almirzinho, que já programou o lançamento de duas músicas em parceria
com a Gang do Eletro e com o músico Félix Robatto.
“Participar do Terruá Pará é como fazer parte de uma grande família.
Esse sentimento transborda pra fora desse show e a mistura continua em
outros trabalhos. Isso é o grande barato desse projeto, que se ramifica
no trabalho de todos os participantes. A gente reencontra amigos,
parceiros antigos e firma novas parcerias. Vida longa ao Terruá Pará!”,
saudou.
A emoção foi, sem dúvida, o que uniu
artistas e público na noite deste sábado. Levados a um passeio pela
memória afetiva, paraenses que estão longe de casa há muitos anos, mas
que conservam na alma a raiz da cultura de sua terra-natal, puderam
matar as saudades. “Estou tremendo de emoção, como a jamburana da música
da Dona Onete. Eu já conhecia o trabalho de vários artistas que tocaram
essa noite, mas juntar todo mundo em um único show é realmente
maravilhoso, e uma prova cardíaca pra qualquer um. Esse projeto é uma
iniciativa incrível. Foi feito com tanta competência que me deixou roxo
de orgulho de ser paraense”, afirmou o estilista Lino Villaventura.
A top model Caroline Ribeiro concorda com Lino Villaventura. Para ela o
show desperta grandes recordações e consegue mostrar a cultura do
estado como um todo. “O Pará é uma mistura de cores, músicas e cheiros.
Esse show é tão forte, tão penetrante, que consegui sentir o cheiro da
cidade, o cheiro da minha cidade. Foi realmente um grande espetáculo”,
comentou
A iniciativa do Governo do Estado, via
Cultura Rede de Comunicação e Secretaria de Estado de Comunicação, em
promover a cultura paraense por meio do Terruá Pará também conta com a
aprovação da jornalista Rose Silveira, que acredita na importância da
difusão da cultura paraense como forma de manutenção da história do
Estado. “Tornar público o que é público também é uma responsabilidade do
governo. As coisas produzidas em nosso Estado precisam e merecem ser
apresentadas em outros mercados. Assisti todas as edições do Terruá aqui
em São Paulo e é sempre bom constatar que a música ativa na nossa
memória as melhores recordações e que nosso corpo responde à todo esse
estímulo”, ressalta.
O paulista Fábio Andrade já
conhecia alguns dos artistas paraenses presentes no Terruá. Assim que
soube do show, reuniu os amigos e foi para o Ibirapuera. As poltronas
ocupadas pelo grupo ficaram vazias logo nos primeiros quinze minutos de
shows, pois eles preferiram assistir de pé as apresentações. “Não dá pra
ficar sentado nesse show. A música é contagiante e a gente fica
tentando aprender a dançar, a fazer parte dessa cultura que é nova pra
gente. Estou muito feliz de ter vindo, adorei o carimbó, e vou voltar
amanhã para assistir tudo de novo”, prometeu.
Após o
encerramento do show, o público ainda foi presenteado com uma roda de
carimbó, organizada do lado de fora do auditório Ibirapuera. O público
também pode conferir as exposições da fotógrafa Walda Marques e do
artista plástico Júnior Lopes, com imagens dos artistas do Terruá,
montadas no hall do auditório, e adquirir os CDs e DVDs do projeto e dos
artistas que se apresentaram no evento.
A
antropóloga Karla Valentin e o diplomata Thienny Valentin, compraram o
box completo do Terruá Pará para apresentar a cultura paraense aos
amigos da França, país onde residem. “Pra mim é um orgulho enorme
apresentar a cultura do nosso Estado aos meus amigos franceses, sinto
como se estivesse levando um pedaço do Pará pra casa. O legal desse
produto é que a gente leva o show na mala e pode relembrar a emoção de
tudo o que vivemos na noite de hoje”, explicou Karla.
Cyz Zamorano, produtora musical do Terruá Pará, comemorou o sucesso do
show e disse que a decisão de misturar um pouco das duas primeiras
edições em uma edição especial foi bastante acertada e já planeja o
próximo espetáculo, no ano que vem. “Queremos homenagear o maestro
Waldemar Henrique e abrir um espaço pra música erudita, que é muito bem
produzida no Pará. Acho que o Estado está começando a se projetar no
cenário nacional e a presença maciça do público no Ibirapuera mostra que
o povo quer saber mais dessa sonoridade, e se o povo quer isso, nós
daremos muito mais pra eles”, afirmou.
Fonte: Agência Pará