A editora terá uma linha de reedição de autores paraenses que estão fora de catálogo, informa Rodrigo Moraes, responsável pela montagem da editora da IOE.
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Como parte
do evento comemorativo pelos 129 anos de fundação da Imprensa Oficial do Estado (IOE),
será realizado nesta quarta-feira, 17, às 9h30, no auditório da autarquia, um
debate sobre o papel do Estado no incentivo à leitura e produção literária. O
evento vai reunir representantes de editoras locais, da Academia Paraense de
Letras, escritores, entre outros.
O objetivo é
reunir subsídios para a criação da Editora Pública. Em fase de elaboração, a
proposta é que a editora tenha uma política de publicações, com um conselho
editorial formado por especialistas no assunto, com regras claras de como serão
publicados os livros pelo Estado.
Segundo
Rodrigo Moraes, responsável pela montagem da editora, a IOE vem conversando com
diversos segmentos do mercado editorial, como as universidades públicas, na
busca de critérios de seleção das produções. “Será criado um edital para cada
região, com critérios de avaliação e publicação definidos pelo conselho
editorial”, adiantou.
A editora
terá, ainda, uma linha de reedição de autores paraenses que estão fora de
catálogo, e uma linha mais comercial voltada para autores e seus diversos tipos
de publicações. “Serão obras infantis, poemas, crônicas, artigos científicos,
entre outros”, esclarece Moraes.
Dênis
Girotto de Brito, da Pará.grafo Editora, que vem realizando campanha de
financiamento coletivo para reeditar as obras do escritor marajoara Dalcídio
Jurandir, diz que a produção editorial no Pará é difícil e complexa.
“Embora
tenhamos grandes escritores no estado, novos e veteranos, produzir e vender
livros aqui é um trabalho quixotesco. Acredito que um dos maiores problemas
para as editoras sediadas no Pará é a logística, tanto no processo de produção
do livro quanto na distribuição” pontua.
“A questão
principal é que não existe um mercado editorial. As poucas editoras existentes
são microempresas que em geral, devido aos altos custos das gráficas locais,
imprimem em outros Estados” acrescenta o escritor Alfredo Garcia.
Giroto cita
o exemplo da Pará.grafo, sediada em Bragança, nordeste paraense. “Os livros que
editoramos são impressos em São Paulo, transportados para Bragança e depois
distribuídos para vários estados. Num país continental como o nosso, esse
processo encarece o livro e torna a competitividade com as grandes editoras
cada vez mais difícil. E ainda tem o problema da distribuição. Há poucas
livrarias no Pará, o que nos força a optar e dar prioridade às vendas online”, pondera.
Segundo ele,
a criação de uma editora pública “é uma ótima ideia, desde que essa editora
tenha como objetivo a produção e incentivo à literatura paraense, resgatando
obras de autores consagrados da nossa literatura e publicando também novos
autores” pontua. “Viria
preencher uma lacuna no mercado local, dependendo da forma que será constituída”
acrescenta Alfredo Garcia.
SERVIÇO
Debate sobre
mercado editorial no Estado
Data: 17/04/2019
Hora: 9h30
Local: Imprensa Oficial do Estado, na Travessa do Chaco, 2271.
Contato: 4009- 7829
Texto: Ronaldo Quadros
Ascom IOE
Fonte: Imprensa Oficial